Extra! Extra! Extra!

Confira na fanpage as atualizações sobre o lançamento do Livro!

Penso, Logo Insisto...

www.facebook.com/livropensologoinsisto

Até lá!!!

viagens por aí...

Arrumando as malas novamente, me vejo a procurar o passaporte e acho logo seis, quantos quilômetros rodados, voados, perdidos, vividos...divertiiiidos!

Lembrei que no último ano até de fusca viajei para o Ceará. De Canoa Quebrada, podia ter ido para Cochabamba, mas fui driblando a alfândega e não parei até em Pipa chegar, não é que dois meses depois, voltei para a origem e fui de fusca mais uma vez viajar?

O melhor, foi ver os carros novos que zombavam da rapidez e do andrajo, parados quebrados, e o fusca fasceiro a passar...a 70 por hora, mas sem quebrar.

Na viagem de ida, 700km duraram 14 horas em dois dias, na volta muito mais experiente, fomos em 7 horas eu e dona Yara, somar 1.400 contentes. 

Já fizemos Safari, então porque não brincar de "safarar" por aqui?

De viagens guardo tantos momentos... como o do sujeito que queria ir e não foi, de chegadas e partidas, antes melhor escolhidas, agora com o preço das tarifas, para onde se vai?

Buenos Aires, ai ai!!!

No passado destinos mais hollywoodianos, não importa, o que vale é poder viajar.

Só a viagem nos faz gostar de chegar!

Seja lá o que se chama de lar exatamente. Lar prá mim, sempre foi onde você está.

Com os anos, as malas não foram diminuindo, e prontas partindo sempre estão para lá e para cá. Moro em tanto lugar, que um somente não me "cabe" certamente, alma animada só de pensar em viajar...alma festeira, forasteira, aventureira.

Sempre faço planos, troco e faço novos, sempre conheço alguém que se torna amigo de infância, tantas histórias boas prá compartilhar.

Até a da viagem para África que fui sem ter saído do avião... Fígaro e a banda da Leila Pinheiro, que deixei no Rio de Janeiro, mas a Cris comigo sempre estará!

A de ilhéus e o "Häagen Dazs" no isopor guardado, ai que bom era ter gelo de madrugada para poder dividir e experimentar.

Joana querida, minha irmã que Iemanjá trouxe pela camiseta, há tantos, tantos anos atrás... quantas outras partes minhas ainda vou juntar por esse país?

Outros países que foram meus, agora são todos seus...quero poder viver a viajar só por aqui por um bom tempo...nossa raça é mais maneira e hospitaleira, e museus já conheci bastante, agora quero poder reinventar-me antes, de começar a de novo viajar.

Viajo nos filmes, nas histórias contadas, por mim e por outros alguéns,experimentadas...
quem canta sua terra canta para o mundo inteiro, quem canta o mundo inteiro canta só para os seus conterrâneos... é assim que ouvi e transmito agora,

bóra viajar???  

Luzia, a primeira brasileira?

Ainda gravando para o Oi Brasil fomos a Lagoa Santa, onde uma dúvida adormecida, reascendeu...acompanhem meu raciocínio por favor...

Quase todos os brasileiros sabem ou já estudaram que no dia 22 de abril de 1500, o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral ??? Certo? Há controvérsias...

Eu nunca acreditei muito nessa parte da história, desde os tempos de colégio,
lembro de ter perguntado para as professoras que tentavam me ensinar essa lição, se:


- Os índios que estavam aqui, não descobriram primeiro?

- Na verdade os portugueses só invadiram né?

(Elas nunca concordaram com o meu ponto de vista...)

Mas no fundo eu sabia que essa história estava literalmente mal contada. E haviam traços notórios que outros navegantes já tinham aportado em nossa vastíssima costa.

Na verdade eles, os portugueses, nem queriam descobrir nada... talvez precisassem apenas de bússolas ou mapas melhores... pegaram "o caminho errado para as Índias" e disfarçando, cometeram uma invasão no novo território, é como vejo.

Como será que estão ensinando essa lição hoje em dia, com a descoberta de Luzia??? Como foi batizado o crânio mais antigo das américas, descoberto na região de Lagoa Santa, Minas em Gerais em 1975.

Até então, acreditava-se que antes de Cabral e Colombo, o continente americano tivesse sido ocupado uma única vez, pelos antepassados dos índios atuais! A descoberta de Luzia, descarta essa versão e muda a nossa história para sempre!

O fóssil humano só foi devidamente identificado alguns anos mais tarde e para surpresa geral, descobriram que o mesmo tinha 11.500 anos e era de uma mulher com traços negros.

Ou seja, durante "onze mil e quinhentos anos" , Luzia permaneceu intocada, coberta por aproximadamente 13 metros de detritos minerais, numa caverna. Passaram mais de 100 séculos para a mais antiga brasileira, ganhar notoriedade no mundo científico internacional!

A pedido da BBC, a Universidade de Manchester na Inglaterra reconstitui a fisionomia de Luzia, confirmando o que já havia sido revelado no Brasil, sim , Luzia era uma mulher de aproximadamente 20 anos e negra.

Contrariando os antigos estudos que afirmavam ser o povo indígena, o único a ter ocupado o solo brasileiro antes da chegada dos portugueses.

Então me ocorre novamente a pergunta, teriam sido os portugueses que realmente descobriram o Brasil, ou apenas o povo que a quis reconhecer como uma conquista para si, primeiro?

 

Candombe/ Festa de São João em Minas Gerais

Sinais...

Durante toda minha vida, fui presenteada por sinais...de trânsito, de fumaça, de perigo...e outros mais espirituais.

Não sei se acontece com você, de sonhar que está voando e essa ser uma sensação quase real...sonhar as vezes com coisas que acontecem, enfim, acredito que todos temos esses e outros sinais especiais a nos acompanhar.

Em 2003, quando estava gravando o programa viajante de tv,fomos para Serra do Cipó em Minas Gerais,no que amanheceu dia 24 de junho tive uma sensação estranha, nem boa, nem ruim...mas a noite, quando estávamos indo pela estrada de terra para um ritual da festa de São João, chamada por lá de Candombe(uma espécie de sincretismo religioso da festa africana para a católica),passou dando um razante na frente do carro...uma coruja branca, sem semelhança a de Harry Potter, mas com um quê especial para mim(essas corujas sempre apareciam quando algo ia mudar...).
Falei na hora pro MV(Marcus Baldini),isso é um sinal.Ele olhou e deve ter pensado; qual?

Chegamos na festa, lindinha, cheia de fé e magia,de gente simples da lavoura...em volta de uma casinha pequena só na forma, porque dentro cabiam mais de cem em frente ao altar, e lá fora,num mastro a bandeira do Santo Menino e do lado uma fogueira grande que quase chegava no céu...

Conversando com a gente de lá, soube por um moço...
que mais tarde haveria um teste de fé!

Depois da meia noite, enquanto o menino dormia,os mais corajosos e fervorosos na fé,
passavam a fogueira, pisando nas brasas, com os pés...(descalços).

Ah, se isso era teste de fé, eu muito ingênua ou arrogante talvez, disse...quem tem fé não queima o pé? Vou também...

MV, tentou fazer com que eu desistisse, mas se ele disse não, aí é que eu faria, tínhamos uma rixa aberta e uma admiração velada... coisa de adolescente fora de época.

E eu fui, pedi para o Rodrigo nosso cinegrafista se posicionar e o MV vendo que eu ia, se posicionou com a outra câmera também, eu vibrei, descalcei os pés,e fui concentrada...andei cerca de uns dois metros sem nada sentir, até que alguém me chamou e me desconcentrei...comecei a sentir meus pés afundando...a cada centímetro mais naquelas brasas ardentes...andei mais um ou dois metros assim, atravessei e do outro lado quando cheguei,levantei os braços, parecendo querer correr para o abraço e o gol comemorar, nada..era dor controlada, assim que percebi que não estava sendo filmada, desmaiei com os pés em larvas, doendo de uma forma que não consigo explicar.

Enfim, fomos todos parar num hospital a 18km dali, eu durante todo o caminho da estrada   chorava de dor,e quando chegamos soubemos que a última dose de morfina já havia sido aplicada,num repórter da Folha Ilustrada que também tinha falhado na fé.

O médico bem simpático,tentou explicar que racionalmente não dava,eu com aqueles pezinhos fininhos,tentar competir com a galera da enxada, com os pés um pouco mais calejados,talvez.
Fiquei frustrada e impossibilitada de andar, tive queimaduras profundas, atrapalhei as filmagens,e era de colo em colo levada para terminarmos a saga de Minas Gerais.

Demoraram dois meses inteiros até um xamã verdadeiro eu conhecer e depois de um ritual na Chapada dos Veadeiros, conseguir com um guizo de cascavel,andar outra vez.

Alguns anos passaram, para eu entender esse porque...
era um sinal, eu fui iniciada num ritual, trocando de pele, criando casco, para poder depois do meu acidente, novamente re-aprender através da fé a andar.

Ella Fitzgerald - Blue Moon

Billie Holiday : Blue Moon

minha vida é andar por esse país...

"Prá ver se um dia descanço feliz...guardando as recordações, das terras onde passei..."     
 
Versos truncados eu escrevo agora, lembrando a música do Rei do Baião que mais amo na vida. E minha vida assim é, nasci viajando e viajo até hoje como ninguém. Meu pai certo dia me disse:
"uma pessoa só é interessante se
tem babagem, e prá ter bagagem, é preciso ter quilometragem",

ouvi e nunca mais parei de viajar...

O ápice foi conseguir casar o amor pela estrada com o trabalho no Oi Brasil, programa que desenhamos pós o sucesso do Oi Folia, vale um adendo ou capítulo inteiro, como incentivo para você não desistir de sonhos.

Um dia, de férias na nossa casa de praia, assisti um comercial que chamou minha atenção na televisão, e pensei, é com essa gente que tenho que falar. Tratava-se  da campanha de lançamento da OI,e a assinatura com aquelas criancinhas me conquistou!

Passado um tempo, fui falar com nosso querido presidente do Grupo Bandeirantes sobre a idéia de fazer um programa itinerante, um pouco diferente dos moldes do Calçadão que tínhamos testado no Canal 21.(Sempre ao vivo, diariamente das praças de São Paulo, capital)
Queria juntar num só lugar os muitos brasis que já tinha conhecido.
Johnny Saad disse que adorava a idéia, mas que eu precisava achar um parceiro financeiro, o programa seria muito caro,
custo de desvendar um um grande país! 

Dinheiro...

...simples assim...(?)

E saí em busca daquela que seria minha maior patrocinadora...a OI.
Como chegar? Tinha um amigo,de uma amiga, de uma amiga,o Zé, que trabalhava na NBS(agência de publicidade que cuida dessa conta), mas ele não se empolgou em fazer a apresentação, e me avisou docemente como era difícil chegar ao "homem" que decidia as coisas por lá.
Sr. Alberto Winkler Blanco na época...sem o telefone, contato de e-mail e sem saber como fazer, optei pelo mais simples, tal qual o slogan deles, comprei um aparelho pré pago da OI, com chip do Rio e liguei para a Central de Atendimento aos Clientes, querendo falar com o marketing, rsrsrsrs.

Primeiro vi as vantagens e deficiências do sistema, para ter assunto na hora H.

E não é que funcionou, cheguei de andar em andar sendo passada, até uns novos números de telefones pegar e chegar na Laura, secretária do Blanco.

Já fui agendando e ela;

(ela) perguntou: "mas ele conhece você?"

(eu) hum...não, mas vai conhecer!

Foi a resposta que pensei e não lembro se dei, desconversei e criei um plano...

Fui para o shopping da Gávea assistir um filme para espairecer e na saída vi aquelas flores lindas, mandei...
numa loja de presentes achei um rolo de papel higiênico com notas de dólares impressas,(imagine o que eu queria dizer...)
estranho, mas imaginei que combinasse com meu plano, e também mandei.

Sei que na semana seguinte meu telefone toca, com a simpática Laura a marcar uma reunião com o tão esperado e difícil rapaz. Me vesti casual, e fui...tremendo.

A Laura já veio dizendo;
pena...você é a menina das flores e do papel?
Sorri e disse que sim, ela deu uma gargalhada, achava que era coisa de alguma ex namorada ou amigo brincalhão, mas não,era eu mesma em questão.
Me oferecendo um café disse, mudaram os planos, ele recebeu um telefonema urgente e teve que ir prá SP, saiu agorinha, vamos deixar para uma outra vez?

Eu, olhei para onde deveria ser a tal mesa do "Blanco" reconheci porque minhas orquídeas ainda estavam por lá, ela ; são tão lindas que eu deixei prá ele ver...

E pensei, o que será que posso mandar semana que vem...(?)abaixei para deixar um bilhete engraçado, quando olho um mocinho todo molhado de mochila nas costas subindo as escadas e a Laura com uma cara desconcertada, disse, menina, você tem mesmo sorte...ele voltou !?

Eu já ia me animando quando o dito passou por mim, sem me dar nenhum espaço, falando no celular, chamou a Laura e eu vi quando ele me dispençou, e pensei, hehe, não vai ser
tão simples assim  dessa vez.

Fiquei parada no alto da escada, falando com ninguém no meu celular, e a Laura toda assustada, tentando desmarcar, desistiu, aprendi rapidinho com ele, como não deixar uma pessoa falar.

Assim que ela sentou e pegou o telefone, fui eu quem voltei a querer conversar, ela sorriu e disse você não vai desistir? Ele vai demorar prá sair, perdeu o vôo e tá uma arara...

Eu nem ligo, disse sorrindo...
posso esperar,

Ela; 

ai meu Deus, espera, mas não vou garantir que ele vai falar.

Eu sentada, e eles...cada um num canto da sala enorme, onde todas as pessoas da Oi trabalhavam unidas, e eu nem fiz cara de esquecida, lia e se ele olhasse...sorria, prá mostrar que não tinha desistido não.

Não teve jeito, uns 40 minutos depois, ele sem sair do celular, veio de mochila nas costas com cara de agora não dá, eu levantei e fiquei no meio do caminho, meio que o na frente da escada, rsrsrs.

Ele disse, o que você quer falar comigo, pode falar em um minuto?
Eu disse, sentando na mesa, não, mas você vai gostar de escutar,
ele saindo disse, então vem, você tem o tempo que o elevador chegar,
e literalmente nesse tempo, falei do projetos e como seria, esperamos os dois, táxis na saída da OI, veio uma chuva, aumentou o tempo do meu argumento, e no dia seguinte, véspera do Natal, eu tinha uma reunião com toda equipe da NBS, aquela agência que o amigo da amiga não quis me levar não, e todos lá bem cedinho na vépera de tal data estavam, e saímos com o contrato assinado para o OI Folia que deu origem ao programa Oi Brasil na sequência.

A partir daí a parceria foi formada e foi um case de sucesso, ainda tem mais gente que fez parte desse segundo tempo aqueles que sempre agradeço,Homero e MV, que acreditaram na idéia e apesar de toda nossa divergência,criamos juntos um programa bem conceitual. No final da saga, contabilizamos no patrocínio: a TAM, SIEMENS MOBILE, FORD e MITSUBISHI,fora as parcerias que foram traçadas...  

Tango pra Madame

abaixo o COVER...

Acho literalmente uma falta de criatividade total esse tal de COVER, seja musical, teatral, publicitário, cinematográfico ou na vida real.

De tanto que abomino, criei junto com um amigo o "Primeiro Rock Festival" do Paraná, já há muitos anos atrás, acho que 1992 ou 93, isso não lembro. Mas foi sensacional!!!

Eu tinha na época, em Curitiba um programa na TV Manchete, uma espécie de "revista eletrônica" semanal o TVM,repleto de novidades e agenda cultural, sorteios promovidos pelo Boticário, um desfile das bandas locais e seus repertórios nem sempre originais.

A parte do programa que cobria teatro,era uma beleza, moda, publicidade... tudo funcionava, só o que me incomodava era ver tantos músicos bons, fazendo COVER de alguém. Lembro do Dr. Smith, Bethoveens,Ipsis Literis, Gypsy Dream...e mais uma porção.

Eu que já era ousada, resolvi dar uma mão... para irem em outra direção, criei o Festival para incentivá-los a tocarem suas próprias composições, e com meus contatos lembro ter conseguido, passagens aéreas para os jurados, uma viagem para Aruba a ser sorteada no dia da exibição para platéia, e para os três primeiros colocados vídeo clips, profissionais... e um CD para o primeiro lugar, feito pelo estúdio Alma Sintética, o melhor da região.

Contei com a ajuda de Sérgio Sofiatti e meu irmão André Kritski,para redigir os ditames da ficha de inscrição e as normas da realização.
Renatinho Burgel para a gravação do CD,e hospedagem do nosso artista convidado especial...com Mário Nicolau para fechar o Coração Melão, palco das nossas bandas e a contratação de uma grande atração...que foi "o Gabriel Pensador".

Com minha ingenuidade liguei para a MTV, e por termos os nomes parecidos, TVM...rsrs, pedi para falar com o diretor de programação, e falei com o Zico, prá quem pedi emprestado um VJ para ser jurado também, ele mega gentil, acho que se assustou com tamanha ousadia, e nos mandou "emprestado" Thunderbird... que eu distraída no dia com tantas coisas a resolver, esqueci de pegar no aeroporto, estava na época já usando um celular,um NEC tijolão, eis que do outro lado da cidade, uma hora de atraso, ele esperou e me ligou: "ei cara", vcs não vem me buscar não?

Lá em casa já estavam hospedadas, Andréa Rock and Roll e uma representante da 89 FM do Rio, todos nossos jurados e encaminhadores dos nossos novos talentos...eita tempo bom!

Nicolau também era responsável pela divulgação na FM do grupo da Televisão, não lembro direito mais acho que era Cidade FM e da da mega faixa do palco também, lembrei.

Gravamos chamadas especiais para passar no telão antes que cada banda subisse ao palco, mega infra estrutura, o Coração Melão  LOTADO, e eu de Cabidella apresentando "AO VIVO" do palco com Thunderbird e Rodrigão.

Uau, que festa, ficaram mais de mil pessoas para fora, sem conseguir ingressos para entrar, as bandas COVER da cidade levaram uma legião de fãs, e familiares,rsrs. Mais o show do Gabriel Pensador no auge, foi um aglutinador!

E isso tudo é prá contar que DETESTO COVER há muito tempo, gosto mesmo de quem tem ousadia e se arrisca, faz sua própria linguagem de comunicação, então decreto ABAIXO cópias, chega de falsificação!

Que tal soltar as amarras, ousar e criar...mesmo que a princípio seu público seja menor, será com maior convicção.

Chega de referências dos outros, vamos virar REFERÊNCIAS então!

queria me surpreender!

É, mais uma vez a razão vence a
emoção...e aqui dentro eu ainda
queria me surpreender;

com uma gentileza inesperada,
um olhar de gratidão,
a mão estendida corajosa,
uma indicação,
o contrato recém assinado,
a ressurreição,
a bola na trave que entra,
a certeza da obstinação,
a letra da música que fala,
bem direto ao meu coração,
o elogio que chega na hora certa,
a alegria no lugar da aflição,
a verdade falada docemente,
uma boa programação,
o suspiro que sai aliviado,
a tranquilidade da contramão,
o vai e vem constante,
a nobreza da consolação,
um final de semana comprido,
a taça de sorvete na mão,
um toque uma delicadeza,
não a surpresa da constatação...
que tudo que não era, já foi,
um tempo para meditação,
queria a surpresa da passagem
comprada, não a desculpa
que não colou não...
queria me surpreender e estar
enganada com essa minha intuição,
que mais uma vez não vi direito
a quem era,que entreguei meu coração.

Sincerão 2 !

Diferenças e costumes...

Quando cheguei no nordeste há uns 20 e poucos anos atrás, muitas diferenças gritavam aos meus olhos tão sulistas, e parecia realmente que estávamos em outro país.

Pela cor do mar exuberante verde azulado, pelos coqueiros e coqueirais...mas principalmente por causa de um rapaz, rsrsrs.

Estava eu fazendo aula de dança no Ceará, aprendendo os ritmos locais, ritmos esses  bem diferentes do jazz e do ballet, que eu praticava quase com perfeição, rs.

Na época eu pintava constantemente e expus meus quadros na galeria de Inês Fiuza, até aí tudo igual.

Difícil era acertar o figurino, tínhamos a errada impressão de que no nordeste todo mundo era bronzeado, sarado e vivia de bermudão,como se estivessem na praia, já que na praia estão.

Desilusão, dei todo meu guarda-roupa em Curitiba antes de vir, e quando cheguei tive que comprar tudo outra vez... bermudas, não eram nem permitidas para entrar na televisão, e não aceitas em quase nenhuma ocasião, rs.

Já que se vestiam como a gente no sul, não importanto a diferença da temperatura, voltei ao figurino habitual.

Eis que fico amiga de um casal que me convida para sair numa quinta a noite, levando um pretendente a tira-colo, me avisaram que o lugar era o melhor de Fortaleza.

Pronto, roupinha de linho, meia fina creme e sapato de camurça, estava "arrasando quarteirão" (para os que não conhecem essa expressão é mais ou menos,...estava fantásticamente bem vestida para a ocasião)rs.

No horário marcado eles já estavam na minha casa, extremamente pontuais, com o jovem amigo no carro logo atrás, fomos todos para o tal lugar que eu iria amar.

Seguimos para o caminho contrário que estava habituada para jantar, fomos rumo a praia(?) e eu já não imaginava ao certo qual a programação... muitos carros estacionados, achamos um bom lugar segundo eles, tivemos "sorte" e descemos, então.

Meu susto, o lugar do jantar era uma barraca literalmente na praia(areia), eu olhei para a meia fina e o sapato já meio sem graça, quando avistamos aquelas mesinhas de plástico "coalhadas" de gente e "adoçica" era a música em profusão, imaginei rapidamente, uma festa do Beto Barbosa?
Não era não, era o costume da região, em Fortaleza toda quinta-feira é noite (dia) de comer carangueijo, obviamente com as mãos... com todo aquele ritual bizarro, de pauzinho de madeira na mão, tábua embaixo para apoiar, uma bacia para jogar os restos mortais dos pequenos... eu já assustada, aqui em cima não depilam ele não?
Claro que já havia comido o prato em questão, mas o aparato era um pouco diferente, e a cabeça na minha terra ninguém comia não...

E para achar uma mesa e poder se sentar...eu educada com sorriso amarelo, pensava o que estou fazendo aqui no meio? 
Meus novos amigos gentis, e estranhamente bem arrumados, mas também não para aquela situação... perguntaram : tá gostando?
a resposta nada sincera: ôh...

Achada uma mesa, os meninos saíram correndo pegaram antes que alguém quisesse, quase preparados para sair no tapa se chegasse a precisão...minha amiga e o namorado sentaram, só tinham três cadeiras, então obviamente fui me acomodando para sentar na que sobrava, enquanto o futuro pretendente ia a puxando para mim...não...era para ele mesmo, quase caí no chão, fiquei eu em pé, no meio daquela pseudo multidão de devoradores vorazes, numa saia justa pela total falta de educação do moçoilo, que eu nunca mais quis ver , ah não...

Anos depois, participo do ritual, já armada, vou arrumada para a situação e vez por outra vejo algumas desavisadas, iguaizinhas a mim naquela noite inesquecível em questão, e sorrio sozinha baixinho, já pensando no camarão...

La Valse d'Amelie

Hymne à L'Amour

Edith Piaf

Nina Simone

entrevistados especiais...

Dia desses, dando uma entrevista..."titubiei" quando me perguntaram; "...qual foi a melhor entrevista que você fez na vida...?"
Para não perder o costume indaguei:(?)


-Qual ou quem?
-ah, sei lá...o jovem respondeu.


Fora parecer meio óbvia essa pergunta,cá entre nós, imaginei...o que mais se há de perguntar?
Qual livro você está lendo?
Sua música preferida?
Uma cor?


E ri, lembrando do tempo em que essas eram as melhores perguntas que eu sabia fazer. Não sou celebridade, nem tão pouco famosa, ser entrevistada a essa altura já era um gesto de ternura de alguns alunos a quem anos atrás dei algumas dicas e aulas.


Refiz-me, aprumei-me e respondi;
 "peraí" deixe-me lembrar... não foi uma, nem duas, nem três, posso citar várias de uma vez?


O jovem jornalista se animou,e em seguida viu a "roubada"... vai que ela não pára mais de falar e pega meu microfone...ai, ai...


E eu a princípio pensando que o mote era cinema, já que  nessa área estou a algum tempo, mas não era...o que se há de fazer? Responder...
Copio e colo aqui, o que foi dito mais ou menos assim:


"Lembrar de qual, ou de quem,  é difícil assim de uma vez, foram tantas por motivos tão diversos que vou tentar resumir prá você.




A primeira, inesquecível, foi com Fernando Bicudo, que ia estrear a ópera Katirina...pus óculos, calça Lee e camiseta branca, fiz cara de low profile, e na hora H, travei, não tinha a menor idéia do que perguntar, isso depois de ter imaginado as perguntas umas cem vezes mentalmente antes dele chegar. Mas Fernando, educado e inteligente, percebeu meu ar adolescente e começou a falar... falou, falou, deu ponto e vírgula, e ficou fácil de editar.
(pela generosidade, nunca vou esquecer a primeira vez, rs)




A segunda, na sequência foi boa, para tomar tenência e não deixar o ego se alojar.
Com a banda "Inimigos do Rei" em pleno auge, na turnê de 91,92,93(?) e eu me enganei, troquei nomes, errei e errei, tanto que eles pediram um copo de água com açucar, para eu me acalmar,(imagine a vergonha) serviu para me focar!!!Agradecida até hoje, sou aos três.




De lá prá cá, foram centenas, mais de mil talvez, entre anônimos e famosos muitas se tornaram referência, mas para não me estender vou citar as melhores de uma vez!




Francisco Brennand em Recife, ele avesso a dar entrevistas, doou-me 3,4 horas do seu tempo...e a Olaria, os jardins de Burle Marx ,o anfiteatro, telas, foi me mostrar...virou especial prá mim, e  um ESPECIAL no ar!




Dona Zélia Gattai, miha amada e escolhida madrinha, abriu sua casa, sua alma e me recebeu ainda menina, como uma rainha, cheia de pompa para eu poder entrevistar, de cara foi dizendo que adorava meu trabalho na televisão, e que ela e Jorge não perdiam um dia da programação.
(se referindo ao 7+7) Foram muitas entrevistas até que meu irmão e a nossa produção, armaram uma surpresa...no dia do meu aniversário, Dona Zélia tornou-se por um dia a apresentadora de uma grande festa no ar na televisão!
Como poderia deixar de lembrar...




Oscar Niemeyer, a princípio também só nos cederia 10 minutos de tempo, que viraram duas horas inteiras,onde ele gentilmente fez chamada para o programa, me deu uma abração, contou piada e potoca, planos futuros aquela altura, e confidenciou histórias de Brasília da sua construção.
Recebi de presente um livro e uma dedicatória que guardo na memória e aqui divido...(quando a moral "tá" baixando, leio e sorrio, a vida melhora) até o ego desinflar...acalma o coração.




J. Borges, xilogravurista e cordelista formidável que mora em Bezerros-Pernambuco, onde construiu seu próprio Memorial ainda vivo, e nos foi indicado por Ariano Suassuna, adorei conhecer, ouvir, ver e passei a admirar...com trabalho nas artes sustentou a família, ensinou o ofício aos filhos e continua sorridente por lá.




Mestre Cícero, filho de Mestre Vitalino que mudou a vida do seu lugar... graças a sua alma de artista, na música e com o massapê a dar formas e inventar arte que brota do Alto do Moura , em Caruaru para no mundo inteiro brilhar!!!


Mestre Damasceno, Dona Sebastiana, Dona Rosa toda prosa, Monica nossa Madame Guerreira, toda faceira...
foram tantas que me sinto feliz só de lembrar... quantas histórias foram comigo divididas, algumas contidas nesse coração aqui... a morar, prá sempre vão estar!   

como se conheceram meu pais...

Hoje parei para pensar sobre quem eu deveria escrever, e de repente me vi lembrando da  infância, dos momentos que passamos e percebi que nunca escrevi sobre minha mãe e meu pai e sua estranha história de amor.

Escrevi sobre tanta gente, entrevistei tantas pessoas e Yarinha ia ficando de lado, sempre ao meu lado aliás. Meu pai distante, de mim e do meu trabalho, mas torcendo afinal pra tudo dar certo ou errado e eu veterinária estudar, rs.

Mas a medida que o tempo passava, fui realmente conhecendo meus pais com suas muitas qualidades,talentos e alguns  defeitos... acho que eles estão mais para ganhar um roteiro inteiro...
Dona Yara é uma guerreira!
É a vanguarda da vanguarda!
Uma vencedora!
É encantadora! 

Tenho uma amiga cineasta que diz que o roteiro da nossa vida "privada" não daria nem para Spiellberg rodar...de tão ficcional, mas o que fazer se é real?

(exageros de Joana,a parte)

Tem uns capítulos realmente esquisitíssimos, mas afinal: "...a vida imita a arte ou a arte imita a vida?..."

Minha querida mãe em questão, nasceu na década de 40 no interior do Paraná numa família abastada, entre os irmãos,foi a única a fazer faculdade de filosofia e história.

Em Curitiba, Yarinha entrou para o diretório acadêmico e acabou virando presidente de lá... estava no centro das mudanças políticas do país em 64, na UFPR bem na época em que essas questões estavam aflorando e tentando ser "sufocadas" pelos militares e alguns políticos nacionais.

Numa viagem para conscientizar politicamente outros jovens, conheceu meu pai...
Aí começa a história de amor, ódio, garra, orgulho, dor, etc...adooooro.

É inspiradora, porque é rara, ah isso é!
Contrariando a tudo e a todos, ela se apaixonou perdidamente a primeira vista,
ele jurava que também... ela resolveu casar com o jovem... mas tinha um senão...ele era naquele momento seu motorista, contratado para a viagem em questão.

Se já não fosse um escândalo por si na família, ainda tinha mais...

nada era tão simples assim...



O jovem, estava fazendo aquele trabalho, por ter literalmente fugido de casa, da sua vida... e dos seus parentes.
Para contar essa história, preciso voltar um  pouco na linha do tempo.

Josef o jovem por quem Yarinha se apaixonou, era um sonhador e realizador, mas...
De uma boa família, vinda para o país no pós guerra, era o caçula de três irmãos.
A mãe convertida ao catolicismo, desejava que o filho nunca saísse da cidadezinha onde viviam.
O pai, ortodoxo... não falava muito com os filhos...e acabou se separando muito cedo de todos.
Meu pai cresceu entre plantações de fumo, e o hotel da família.
Aos 16 anos, criou sua própria rádio na cidade e aos 18, ingressou na Academia de Agulhas Negras no estado do Rio. Parecia promissor...


E tudo ia bem, até Dona Anna a matriarca da família, aparecer no quartel e resolver
trazê-lo de volta ao Paraná.
Tentou por razões emocionais  persuadí-lo, não tendo êxito...forjou uma situação onde ele "seria" arrimo de família...
(lembrando que ele era o caçula...tendo pai, e irmão mais velho na época)
Dona Anna, sabia como conseguir exatamente o que queria...sempre soube.


Ele voltou e o motivo real, era que sua namorada na época, outra jovem... havia engravidado... querendo que o filho casasse, ela arrumou tudo a revelia.


Fato foi, que ao chegar em casa e descobrir o real intento, Jose literalmente fugiu...mas foi alcançado pelo próprio pai armado, na casa do irmão mais velho que já casado, morava numa cidade vizinha.
Não teve jeito, ele teve que casar.

Casou e teve duas filhas,e assim que o tempo passou... os ânimos se acalmaram...saiu um dia para comprar remédios,pediu que entregassem em casa e nunca mais voltou. Nada nobre essa ação aliás, mas não cabe a ninguém julgar.Ele se culpou durante toda a vida por ter aberto mão das filhas.

E tentou correr mais uma vez atrás dos seus ideais. Foi para Curitiba, entrou no CEFET e começou a trabalhar para se manter e pagar seus estudos de engenharia mecânica, já que foi praticamente excluído do seu clã.
Numa noite,na pensão de estudantes onde morava, apareceu um "freela"...
levar Yarinha de Moura e Dias e suas amigas para uma viagem pelo interior do Paraná  por uma semana...e aí...
começou o "era uma vez"...

tudo outra vez,
lá do começo,
e como minha mãe casaria com meu pai que já era separado?
E como meus avós tradicionais explicariam que eles se conheceram, tendo ele sido contratado para ser seu motorista?
Muitas brigas, discussões, separações e lágrimas rolaram, até que o casal prá lá de apaixonado resolveu fugir e em outro país se casar, parece que funcionou, foram 43 anos de união, duas separações e dois casamentos de fato um com o outro de novo.

Detalhe: quando finalmente saiu a lei do divórcio no país, eles foram os primeiros a casar novamente para toda família poder comparecer e celebrar...o melhor, nesse eu e meu irmão também já estávamos!



E de recado meu pai deixou seu legado, para que ficasse bem claro que não era golpe do baú que ele pretendia dar!!!

Mestre Damasceno

Viagem inesquecível...


Ilha de Marajó

Meus olhos ficaram encantados com as belezas exuberantes da Ilha, que é um espaço privilegiadíssimo no nosso planeta.
Por lá a chuva faz muita diferença na paisagem...parecem existir dois lugares distintos, um com e o outro sem chuva,
e chove muito...
Fui a trabalho a primeira vez, gravando o OI BRASIL , graças a ter dividio um final de semana com Fafá de Belém e Luciana Vendramini num spa em São Paulo, ouví-la falar da sua terra, me fez mudar o roteiro na época e ir correndo prá lá.
Para chegar na Ilha, saímos logo cedo de Belém de barco, poc-poc, lembro que a viagem nem pareceu demorar muito, pois dormi nos largos bancos o trajeto inteiro, lembro também que fazia um friozinho gostoso...acho que eram umas 5h da manhã!

Chegando na ilha de Marajó, fomos direto nas ruínas de Joanes, bonitas.
Em seguida no Soure, fui conhecer um artesão que mantêm as tradicões no jeito primitivo de criar suas autênticas peças marajoaras. Ele me encantou por ser genuíno,na arte, na simplicidade, devoção e respeito por seus ancestrais.
Ele explicou sua preocupação em não encontrar atualmente,novos alunos a quem pudesse passar o conhecimento que aprendeu ainda menino com sua avó. Triste em constatar que hoje em dia as crianças e os jovens de lá, não querem saber mais dessa cultura tão especial.


Ficamos hospedados em dois locais na ilha,na pousada dos Guarás e na Fazenda São Jerônimo.
Em ambas, é possível já no café da manhã dividir o espaço com aves exuberantes e iguarias "diferentes".
Uma curiosidade é a utilização dos búfalos pela guarda montada!
Eu mesma não resisti e dei uma de turista montando um búfalo, chamado DOURADO, lindo fofo e tranquilo...
Já assistir uma corrida de búfalos, assusta pelo "peso e barulho".


Um dos momentos mais encantadores foi visitar e conhecer a  família de Mestre Damasceno, todos com aquela acolhida gentil e hospitaleira de gente do interior, que recebe todos como se fossem de casa e fui desafiada para uma partida de dominó!
Detalhe: Mestre Damasceno é um dos nomes mais respeitados por lá... pescador, pai de muitos filhos, bom marido, amigo da comunidade, repentista, compositor de carimbó e uma das pessoas mais alegres que conheci em toda minha vida.


Contou que pesca com as mãos,ele pede a Deus, mergulha e sai com um peixe, pois DEUS coloca o peixe nas suas mãos.
Porque? Só fui saber algum tempo depois... ele perdeu totalmente a visão aos 19 anos, vítima de um choque elétrico, feliz por não ter morrido é uma das pessoas mais geniais, espirituosas e felizes que já conheci. Nada o faz desanimar e reclamar da vida. Quando o conheci, descobri que seria difícil encontrar nesse país outra alma como a dele, poucas conheci com essa grandeza e leveza de espírito,um exemplo na minha vida!

Milsalves para  mestre DAMASCENO de Salvaterra, na Ilha de Marajó!

Sarah Cura,



Nem sei como explicar, por onde começar e o que escrever, mas preciso desabafar antes de desabar de novo e começar a chorar...
já chorei tanto de ontem pra cá, que meus olhos quase não abrem.

Como é que se pode amar tanto um ser tão pequenininho assim?
Costumo dizer que eles são anjos com patas...

Minha pequena Sarah nasceu em 28 de outubro de 2004... Filha de Jou-Jou e Channel. Uma linda pequena fera, filhote de spitz alemão, que no Brasil chamamos Lou-Lou da Pomerânia. Ganhei de um casal que eu amo, e são meus cumpadres.
Queria tanto ser mãe naquele ano, mas isso parece que não estava lá nos meus planos (superiores) e a gravidez esperada não aconteceu. Então, ganhei Sarah... 

Como fui buscá-la no Rio de Janeiro e morava na Chapada Diamantina, assim que saí da casa da Bia, passamos as duas num lindo pet shop e fizemos a festa, para tudo que ela iria querer e precisar. Eu querendo fazer enxoval de bebe, transferi toda minha vontade para Sarah...

Chegando no avião, ela era tão leve e pequena que embarcou comigo, pronta para ir no meu colo, que nada, era tão linda e quietinha que foi convidada pelo comandante da aeronave e viajou na cabine com a tripulação.

Sarah fazia sucesso onde chegava, as vezes por ser diferente, a maioria das vezes pela educação. Sempre foi uma lady, elegante até quando pulava nos rios e riachos lá noa Chapada. Adorava nadar na minha direção, só não gostava de piscina, acho que era o cloro  a incomodava, mas vez por outra lá vinha Sarah na piscina também.

Arteira nunca foi, sempre foi dona do lugar, esse...era onde estivesse, não deixava de rosnar para qualquer outro bicho dizendo, não mexa comigo não.

Conoscoos era só sorrisos e delicadezas. Vivia no colo e adorava sair prá passear. Viajou quietinha prá todo lugar, de carro, bote, barquinho, navio, lancha, uma vez de jet ski, de trem, de caminhão, caminhonete, charrete, o que importava é estar na confusão.
Dormia enquanto eu dormisse, e não gostava que ninguém viesse me acordar não.

Adorava ficar comigo na rede, tinha medo de fogos de artifício, o que no início era suave, nesse último ano, deixei meus planos prá lá, e fiquei com Sarah até o último traque estourar...Ainda bem que fiz isso, penso agora.
No tempo que eu estava no hospital, volta e meia vinha ela, escondida dentro da bolsa da minha mãe, só pra dar um sorriso e lambidas sinceras, que sempre me faziam bem a minha recuperação.

Ela era de todos da casa e simpática com os demais, só implicava com o Lourenço meu gato preto que é o dobro dela, mas ela não tinha medo não. Até minha rotweiller, tive que mudar de lugar, para Sarah parar de ir aperriar Nazareh na sua distração, Sarah roubava-lhe os ossos, comia da sua comida, só pra dizer, você não manda aqui não. E a diferença de tamanho, uma com quase 70 quilos e a outra no auge da gordura chegava a 4kg.

Sarah era assim, um tudo pra mim, metade filha, meio irmã, bicho de estimação, companheira fiel, presente em todas as horas e ocasiões. Recusei muitas viagens, quando diziam que Sarah não poderia ir...assim eu também não ia e fim da questão.

Mas do ano passado prá cá, o sopro no coração ficou mais evidente e também a fraqueza que tinha num pulmão...

Então ontem, cansada dessa vida e com outras obrigações, resolveu: aqui não quero mais ficar não, e partiu para em outro espaço morar.

A saudade é tanta, que só escrevo ou penso chorando,mas tinha que deixar aqui gravada  minha eterna gratidão, no sincerão.

Sarah, você sempre vai estar no meu coração!

MOONLIGHT SERENADE

na Bahia!

Vivi muitos anos na Bahia, e de lá guardo muitas histórias...boas e nem tão boas assim, jocosas, divertidas, perigooosas e algumas engraçadas, estão gravadas em mim.

Como o dia melhor (noite) em que meu carro foi roubado em Piatã, na frente da casa da Lelé, o dia...já era difícil, dia dos namorados e eu recém tinha acabado...outro babado...

Meus amigos resolveram me levar para esse jantar de celebração...vários casais e eu...(animado...rs) quando saio vejo meu carro arrombado e tudo que nele estava guardado...já não estava mais ali não.

No dia seguinte arrasada, mencionei o fato no meu programa diário na televisão, e não é que prá minha (nossa) surpresa, depois de assistirem ao meu apelo, pelas pastas e agenda de trabalho...telefonaram de um orelhão, dizendo para eu ir sozinha perto de um buracão, buscar minhas coisas ...

Fui com meu irmão, acho que o Marcos e o Rodrigão, e não é que estava tudo espalhado mesmo no chão do lugar, o que para eles não tinha valor, para mim era o mapa da mina em questão...

Se eles soubessem decodificar os nomes e os endereços de telefones bacanas que existiam naquele agendão...rsrsr.

Para cada artista eu sempre colocava um codinome, prá proteger a privacidade dos tais, e não é que funcionou duplamente, a agenda na minha mão...e os tefefones não descobertos!

Impossível não ser grata ao povo baiano, mesmo me assaltando (esses em questão) eram meus telespectadores honestos, me devolveram o que eu mais precisava,
depois disso, foi uma festa lá na nossa produção!
   

para Orungan

Salve, salve!

Hoje um amigo da Bahia, me contou que está enchendo as caixas, esvaziando as gavetas e lidando com a partida do emprego...

Lembro que já passei por isso também e que não é fácil esse momento de incertezas, essa sensação de impotência, de final de ciclo...

Mas recomeçar é sempre bom,
conhecer gente nova, ficar mais humilde e tentar entender quais as razões de fato, fizeram você não ser escolhido prá ficar...

Se reciclar, reinventar, se conhecer e tentar ouvir a voz do coração...
Você estava 100% envolvido nesse antigo trabalho? Sentia que ele era sua missão?
Se não, agradeça o tempo vivido, levante...sacuda a poeira e dê a volta por cima!!!

Bóra partir para aquele antigo ou novo sonho, que pode estar ali...a um quarteirão!!??

Você, filho de gente guerreira, sensível e com bons ideais no coração, não se deixe magoar não. E quer saber, porque sumi do 7+7 ?  Foi mais ou menos assim:
Ganhei um estágio genial em Londres e por ingenuidade fui avisar ao meu diretor na televisão... de surpresa no dia seguinte, recebi um telefonema, recebendo a minha demissão.

A viagem aconteceria só depois de quatro meses, avisei antes, porque achei que ele vibraria e que ainda poderíamos usar meu estágio para passar o que aprendesse para os colegas da emissora...nada, ele sabe-se lá porque "garrou um ódio" de mim,
e foi assim, da noite pro dia que perdi meu programa naquela época na televisão.

Mas quer saber, fora a depressão que rolou em paralelo e indiguinação, viajei, aprendi mais sobre a vida, voltei e estreiei na mesma emissora, só que em caráter nacional, no 21 o Calçadão.

Então nunca sabemos se o que parece uma benção é uma maldição ou vice e versa. Só sei que prá mim,valeu a pena. Ouvi a voz do meu coração, ganhei mais experiência, audiência e na época um dinheirão!

rsrsr,
Se anime aí,
ouça a sua verdade, e nela coloque toda a sua disposição!

bjão

Zé Augusto Berbert no Oi Brasil

Zé Augusto Berbert de Castro

cap: 31

Já faz alguns dias que venho pensando nessa grande e genial figura que tive o privilégio de conhecer, entrevistar, visitar, trocar idéias e me tornar amiga...
Zé Augusto, conhecido durante anos como o mais raivoso homofóbico brasileiro,(rs)...não era nada disso, certa vez me confidenciou que nem homofóbico era de verdade, já tinha se arrependido de um dia sê-lo,porém gostava da polêmica...e era orgulhoso demais para se desdizer!

Ele não parecia em nada com um tiozinho, avô...normal,além da aparência prá lá de carismática e simpática. Era sim uma enciclopédia ambulate, dono de uma memória incrível e de uma cultura exemplar. Além de médico, jornalista era um excelente marido, pai e avô.
Todas as vezes que visitava a casa do Rio Vermelho, dona Lícia me recebia com carinho, como se fosse alguém da família, sempre impecável, linda e gentilíssima... ambos pareciam mais um casal de eternos namorados.

Quando entrávamos no escritório que ficava fora da casa, ele sempre apontava o final do terreno e dizia; "Jorge e Zélia moram ali, somos vizinhos de fundos"...fazia outros trocadilhos engraçados com o fato e certa vez, encontrei minha amada Dona Zélia lá, fazendo uma visita rapidinha.

Quando enfim, entrávamos no "seu" espaço, dona Lícia delicadamente nos deixava a porta, perguntava se queríamos beber algo e deixava o marido contar suas histórias geniais sozinho.

Ver seu álbuns de fotos, era uma viagem ao paraíso cinematografico...Zé Augusto Berbert esteve a convite dos estúdios em Hollywood, várias vezes em Los Angeles e guardava as histórias,conversas e situações pitorescas que passou com seus novos amigos de infância...os astros da década de 60 e 70.

Ser o crítico de cinema a mais tempo em atividade no Brasil, não o deixava "esnobe não", na verdade...não se considerava crítico de cinema coisa nenhuma, dizia que o povo gostava de ler sua coluna, por ele escrever como platéia para platéia.

Exatamente por isso era genial, não queria ser pseudo intelectual nas linhas, ele já era no ser...então traduzia para simples mortais o que via e sabia como ninguém comentar.

Foi lá também que soube da amizade dele e Jorge Amado, vi vários livros que o amigo trazia de suas viagens autografados para Berbert, e ele contando emocionado que Jorge quando estava ganhando um livro por exemplo de Neruda, dizia: "...autografa aí para o meu amigo Zé lá da Bahia, ele vai gostar..."

E assim por anos seguiu, mantendo a tradição. Ah, Zé além de ex-excomungado e ter escrito um livro sobre o tema, também é personagem em livros de Jorge Amado(O Sumiço da Santa). E atuou no filme Tenda dos Milagres.

Foi lá também que soube que irmã Dulce que era sua prima carnal, adorava jogar futebol.
Como médico, trabalhou anos lado a lado com a prima nas Obras Sociais. Se dizia ateu, graças a Deus...bobagem, era um homem de uma enorme fé.
A última vez em que nos encontramos aliás, foi na Missa de Irmã Dulce em 2006, quando eu estava acompanhada de minha mãe e Dulcinha sua prima também, entregando a minha cadeira de rodas e muletas para Dom Geraldo Magela... ele ao me ver, começou a chorar e acabei eu, recém aprendido a andar novamente,o  amparando.

Ele era cá entre nós, uma manteiga derretida, de um coração enorrrrrme e nobre demais para as épocas atuais. Um homem dos anos 20, que durante 60 anos manteve sua coluna no jornal A Tarde, sempre atualíisimo e antenado demais.

E tem mais, foi ele também que me confidenciou que o Major Nelson, personagem vivido por Larry Hagman, aquele mesmo da Jeannie é um gênio, tinha vivido antes da série em Salvador, e era seu vizinho, ambos se reencontraram em Hollywood e Zé acabou fazendo uma ponta num dos episódios da série, onde depois de uma piscada, virava um coqueiro...

Que saudade daquelas prosas saborosas...que falta ennnorme sua nobreza me faz! Pronto, escrevi sobre alguém que como jornalista me encantou e como ser humano me emocionou!

SINCRONICIDADE?!

Muito já foi dito sobre essa "palavra" mas
 muito mais é percepitível  quando nos
 deparamos com o fato.
Fato esse, que acontece como se "todo o
 Universo estivesse conspirando para isso
 acontecer"... e está.
Somos co-criadores do nosso mundo, tal qual o
 vemos, pensamos e imaginamos.
 Nosso pensamento bem dirigido, realmente
 remove montanhas ou as coloca sobre nosso
 próprio caminho, como um enorrrme obstáculo.

 Somos nós quem "inventamos" os capítulos
 mais engraçados e desastrosos também. Lendo,
 parece meio pernóstico e afirmativo demais,
 mas creia, é assim mesmo.

Quando você pensa muito em algo , e envolve um

 sentimento nesse pensamento, ele literalmente

 ganha força e acontece. Tanto para o bem como

para o não tão bem assim.

Se ficarmos pensando: "sempre me atraso,

 sempre as melhores vagas são preenchidas

 antes da minha chegada", páre para
 observar por um tempo e assim sempre será.
 Verdade para o oposto absoluto, você, eu, Ele
 criamos nossa própria história nessa Terra
 onde agora estamos. Muito esotérico, pseudo
espiritual? Não, chega a ser comprovado
 física e cientificamente a partir dos
 átomos e moléculas. É tão simples que parece
 que preferimos complicar. Posso narrar muitas
 e muitas histórias por mim vividas e
 comprovadas de que crio para todos os lados
 em minha vida, bons momentos e ruins, você
também o faz e talvez não tenha notado, ou até

 tenha. É mais fácil atribuir essa CRIAÇÃO a

algo mais ...
misterioso, inatingível ou irreal.

Do tipo " eu não acredito em bruxas, mas que

 elas existem...existem".

 Somos nós mesmos, nossos
 anjos e demônios, salvadores e algozes, mas
 até relembrarmos isso, sofremos com um monte
 de "perseguidores", más energias, olho
gordo, inveja, etc, etc, etc..."

Não estou dizendo que maldades não existam ,  

 de certa forma, acreditando nelas damos mais

 força  para que se solidifiquem, mas entender

 que somos um com Deus, somos realmeente seus
 "filhos", fazemos parte da Santíssima
 Trindade, somos co-criadores desse Universo,
 parece extraordinário ou ingênuo demais. Vou
 além, certa vez escutei de uma amiga que me
 repreendeu dizendo; "não é o que se diz, é
como se diz..."  Podemos aprender pelo amor ou
pela dor. Se escolhermos o amor, a vida fica
mais harmoniosa , equilibrada e ganha sentido.
 Se escolhermos a dor, criaremos muitas
 situações onde vamos experimentá-la,
 repetidas vezes, até decidir sair dessa roda
 de samsara.
Eu a partir de hoje, escolho aprender nessa
vida pelo amor! Acreditando que o outro lá
fora, também é parte de mim, só verei o bem
onde quer que eu vá, e mesmo que algo nem tão
belo assim aconteça, a lição é perdoar
 e seguir em frente...cansei de repetir a
mesma lição, por isso tomei essa decisão.